Em uma reunião na quarta-feira, 7 de fevereiro, em Brasília, prefeitos de municípios da região, atingidos pelas enchentes de setembro e novembro do ano passado, relataram a deputados federais sobre as dificuldades encontradas para buscar soluções que possam minimizar os efeitos provocados pelas mudanças climáticas. Conduzida pelo o deputado federal Marcel van Hattem (NOVO/RS), coordenador da Comissão Externa destinada a apurar e acompanhar os danos causados pelas enchentes no Rio Grande do Sul, os chefes dos Executivos puderam apresentar a realidade de suas cidades.
Passados cinco meses, as cidades ainda tentam encontrar soluções que possam retomar a vida das pessoas e, consequentemente, a atividade econômica local. Conforme van Hattem, há dificuldade para encontrar quais são os caminhos mais corretos para auxiliar os prefeitos após os eventos climáticos. “Ainda há uma falta de coordenação, entre o governo do estado e o Governo Federal nessa questão. Inicialmente fizeram uma centralização por meio da Defesa Civil. Os deputados federais não são parte do Executivo, mas nos colocamos à disposição sempre que for necessário, ainda que não seja nossa missão principal, mas com apelo àqueles que são”, disse.
A deputada Maria do Rosário (PT/RS) também participou do encontro, informado que segue em diálogo com o Ministério da Integração Nacional para sanar os gastos adicionais que os municípios tiveram durante as chuvas. “Nós, aqui como comissão, devemos acompanhar essas medidas e verificar aquilo que os municípios já receberam, as melhorias e os reparos realizados e o que foi possível recuperar”, aponta.
Estiveram presentes prefeitos da região Alta do Vale do Taquari e da Serra, como é o caso da prefeita de Santa Tereza, Gisele Caumo, que relatou aos presentes que o seu município, que tem normalmente um orçamento de R$ 22 milhões, acarreta prejuízos de R$ 50 milhões com as enchentes. “Enfatizo mais uma vez a importância do apoio. Deveria ser um processo com menos burocracia. Já tivemos aprovação de alguns planos de trabalho e auxílios financeiros do governo do estado, mas precisamos mais”, disse.
Para Tiago Manoel Michelon, prefeito de Vespasiano Corrêa e presidente da Associação dos Municípios do Alto Taquari (Amat), o maior desafio é resolver o problema da logística e transporte, em especial, aos trechos onde as pontes de acesso foram levadas pelas águas. “A estrada, a ponte, interfere em tudo: na saúde, no escoamento da produção de safras de uva, milho. Isso está trazendo prejuízos gigantescos”, ressalta, solicitando mais recursos da bancada gaúcha.
Van Hattem disse que pretende incluir todas as experiências dos prefeitos apresentadas nesta reunião informal no texto da relatoria final. Além disso, a Comissão Externa pretende reunir os deputados da bancada gaúcha para discutir o plano de trabalho até o início de março. Em abril, duas audiências ocorrerão provavelmente no mesmo dia: uma com representantes do setor público e outra do setor privado, para novos encaminhamentos.
Foto: Reprodução / Câmara dos Deputados
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