Cerca de 400 pessoas se reuniram no sábado, 27, em Muçum para a Caminhada pelo Dessassoreamento, um protesto pacífico organizado pela comunidade local em busca de soluções para o problema das enchentes que têm assolado a região. A mobilização, que também contou com a participação de moradores de Arroio do Meio e Lajeado, começou no viaduto da cidade e seguiu por diversos pontos críticos afetados pelas cheias, terminando no cemitério municipal, um dos locais mais devastados.
A caminhada teve início na rua Fernando Ferrari, uma das áreas mais impactadas, onde muitos residentes foram forçados a abandonar suas casas devido à força das enchentes. O trajeto continuou pela Rua Barão do Rio Branco, passando por outros pontos relevantes da cidade antes de encerrar no cemitério, que também sofreu severos danos.
O movimento é uma continuação das ações iniciadas em Arroio do Meio no sábado, 20 de julho, e visa alcançar outros municípios do Vale do Taquari. O objetivo principal é pressionar as autoridades a implementar medidas urgentes para a dragagem e o desassoreamento do rio Taquari, bem como a reconstrução de pontes e acessos críticos que foram severamente danificados.
Os organizadores destacam a urgência da situação, enfatizando que as enchentes não são um problema recente. "Estamos cansados e temos pressa. Sofri com as enchentes de 1990, 2020, 2023 e agora em 2024, assim como muitas outras pessoas. Ninguém tem mais bolso pra continuar. Por isso, as pessoas estão saindo daqui. Nosso grupo está há muito tempo falando da necessidade de desassoreamento. Eu acredito na importância da mobilização para que nossos governantes façam alguma coisa. Se precisa de estudos, que façam logo. Já deveriam ter feito. Esperamos que não fiquem só nos discursos", afirma uma das organizadoras da manifestação.
A mobilização busca não apenas chamar a atenção para as necessidades imediatas, mas também manter viva a esperança de que serão tomadas ações concretas para resolver os problemas estruturais da cidade. Com a comunidade enfrentando perdas significativas e um êxodo crescente, a demanda por soluções eficazes se torna cada vez mais premente.
A Caminhada pelo Dessassoreamento reflete o desespero e a determinação da população em buscar medidas que previnam novas catástrofes e ofereçam alternativas sustentáveis para o futuro. Os residentes de Muçum, unidos em sua luta, aguardam ansiosamente que os governantes respondam às suas demandas e atuem com a urgência necessária para mitigar os impactos das enchentes na região.
A comunidade continua a se mobilizar, na esperança de que suas vozes serão ouvidas e que ações efetivas serão tomadas para resolver os problemas que têm causado tanto sofrimento e insegurança.
Foto: Bruno Zilio / Reprodução
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